Bom dia, Comadre, a conexão tá boa?

Hoje em dia viver sem internet, pra muita gente, é coisa
inimaginável.
Alguns não conseguem passar um dia sem checar sua caixa de correio
eletrônico. Outros levam tão a sério que qualquer desentendimento
virtual, os levam ao desespero real.
Na frente da tela do pc, casamentos se fazem, separações se
consumam, conversas amigáveis, namoros. Brigas e até sexo virtual.
Quantos teclados melecados não existirão por aí afora? O teclado vai
se entulhando das migalhas da vida e vai contando nossa história.
Se fizermos uma análise miscroscópica do lixo arquivado no teclado,
ele contará tanto quanto os arquivos de fotos na pasta do disco
rígido.
Farelos de pão, melecas nasais, manchas de líquidos íntimos,
cílios, saliva e sabe-se-o-que-mais.
Houve até um caso de um tal de Jan Smit, morador de Sneek, que achou
uma tia perdida no teclado, solucionando um caso de polícia de dois
anos.
Uns achavam que ela havia sido abduzida por alienígenas, outros que
fugira com o carteiro pro Suriname, mas quando na verdade, havia
tropeçado e caído dentro do teclado de Jan, um desses holandeses
típicos, que qualquer lugar é lugar pra saborear um botterham com
seus dedos sebosamente ornados de toques em comida, dinheiro e
bicicleta, não necessariamente nesta ordem, mas tudo ao mesmo tempo.

A senhora alegou ter sobrevivido todos essses anos alimentando-se de
farelos e restos de comida derrubados sobre o teclado.

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